A Casa do Radioamador 🏚

  Finalmente de regresso às publicações no blog e, neste caso, por um local que acabou por premiar um dia inteiro dedicado a visitar não só lugares em abandono, assim como alguns locais mais turísticos e em plena Natureza, longe das grandes confusões e aglomerações que, a mim, me criam uma certa impressão negativa.
Tudo isso na companhia de uma das pessoas que mais me apoia neste meu passatempo que, por acaso, me conheceu através deste mesmo blog, sendo ela também autora de um interessante site apelidado de Mão Cheia de Letras e também de um dos livros mais bem escritos que, sinceramente, já li até hoje, assim como apresenta uma história que vai empolgar muitos de vocês, um livro cujo seu título é "Dias de Mudança".
  Falando agora deste peculiar local, infelizmente já bastante vandalizado e vitima de constantes saques, pois todas as divisões estavam assustadoramente remexidas e reviradas, uma triste tendência destes locais em que raros são os que conseguem escapar desse flagelo.
Precisamente pelo facto de estar tudo tão remexido, foi impossível perceber a história de quem por aqui passou, apenas sei que os proprietários tinham um negócio agrícola e que, nesta grande casa havia alguém fanático por radioamadorismo.
  O radioamadorismo, em tempos, foi um passatempo bastante utilizado e que consistia na transmissão e recepção de ondas electromagnéticas, mas também na criação e aperfeiçoamento de novos modos de comunicação de sinais, voz ou imagem, em frequências compreendidas entre 30 kHz e 300 GHz.
Na altura, consigo imaginar o quão fascinante seria entrar em contacto com alguém localizado bem mais longe através desta forma, algo que, hoje em dia, se tornou praticamente banal com o avançado acesso à internet que temos mas, ainda assim, há uma percentagem de amantes desta modalidade que insistem em manter este hobby vivo, e bem.
A grande prova que nesta casa existia um amante pelo radioamadorismo, é a divisão existente, curiosamente localizada numa zona de acesso bem diferenciado através da casa, uma divisão praticamente toda forrada de postais e cartões QSL, pois os praticantes desta modalidade têm por hábito trocar cartões QSL entre si, de forma a confirmarem o contacto feito entre eles.
Curioso, como encontrei postais oriundos de um pouco por todo o mundo, naquela época consigo mesmo imaginar que aquela divisão seria um belo refúgio para o amante de radioamadorismo que viveu aqui, provavelmente até seria um grande escape dos problemas que a vida proporcionara.
  E foi com este local que foi dado como terminado um longo dia de passeio, uma casa especial que deu para conhecer um pouco melhor sobre um hobby que caiu muito no esquecimento, muito por força do inevitável avanço tecnológico que o mundo viveu.