A Casa do Visconde šŸš





  Estas aventuras pelo mundo dos lugares esquecidos de facto levam-nos a conhecer locais e realidades totalmente distintas daquilo a que estamos habituados a lidar no nosso dia-a-dia. Neste caso em especĆ­fico, trata-se de um dos locais com mais histĆ³ria que jĆ” explorei atĆ© hoje e, seguramente, um daqueles onde o tempo parou por completo apĆ³s o seu fecho de portas.
  ConheƧo muito bem este local, muito antes desta minha dedicaĆ§Ć£o passional aos lugares esquecidos, assim como conheƧo algumas pessoas que usufruĆ­ram das instalaƧƵes desta grande propriedade quando estava aberta ao pĆŗblico, mais concretamente Ć  capela que era de livre acesso Ć  populaĆ§Ć£o que vivia ali em redor deste solar.
De facto foi uma novidade para mim descobrir, atravĆ©s de outro blog que aborda a mesma temĆ”tica, que este local estava incrivelmente acessĆ­vel e, obviamente nĆ£o perdi a cĆ©lebre oportunidade de o poder fotografar.
  De traƧo oitocentista, este autĆŖntico casarĆ£o destaca-se pelo meio da imperial paisagem em que estĆ” inserido e serviu de habitaĆ§Ć£o a um importante Visconde da regiĆ£o nomeado por D. LuĆ­s I, rei de Portugal de entĆ£o, cujo nome nĆ£o vou revelar para nĆ£o desvendar pistas acerca da sua localizaĆ§Ć£o.
Construƭda em finais do sƩculo XVIII, pelo pai desse mesmo Visconde, esta grande casa possui ainda um lago e um grande jardim que complementam desta forma esta grandiosa propriedade.
Curiosamente, esta grandiosa quinta sempre foi de utilizaĆ§Ć£o meramente residencial e sempre esteve intimamente ligada Ć  produĆ§Ć£o vinĆ­cola, negĆ³cio esse que sempre elevou o nome da propriedade. NĆ£o consigo precisar hĆ” quanto tempo este local se encontra desabitado, mas avaliando pela degradaĆ§Ć£o exterior e pelo crescimento das trepadeiras que, timidamente, vĆ£o ocupando a habitaĆ§Ć£o, arrisco em dizer que este local se encontra fechado pelo menos hĆ” uns 20/30 anos.
A propriedade dispƵe tambĆ©m de uma capela empedrada Ć  qual era possĆ­vel aceder tanto pelo interior, como pelo exterior da casa. De altar pintado e dourado com imagens de madeira policromada, esta linda capela, como jĆ” referi acima, era de livre acesso Ć s pessoas que viviam ali prĆ³ximas para efectuarem o seu momento de culto e veneraĆ§Ć£o da Santa ali exposta.
Consegui descobrir que esta propriedade era bastante visitada pela populaĆ§Ć£o antigamente, nĆ£o sĆ³ para momento de culto mas tambĆ©m era um ponto de encontro para os mais jovens que, usufruĆ­am sobretudo, da zona do jardim para ali se concentrarem e partilharem brincadeiras. Ainda no contexto religioso, muita gente acorria a este local para pagarem as suas promessas, mas tambĆ©m para adquirirem as "falachas", uma doƧaria tĆ­pica desses tempos.
  Aquilo que era, antigamente, um ponto de referĆŖncia para o convĆ­vio da populaĆ§Ć£o, hoje Ć© mais um lugar esquecido e votado Ć  sua prĆ³pria degradaĆ§Ć£o temporal. A boa notĆ­cia Ć© que, actualmente, o local jĆ” se encontra devidamente protegido e vedado, pois o actual proprietĆ”rio pretende instalar aqui uma pequena unidade hoteleira, seguramente um projecto que tem tudo para dar certo.
  Assim foi mais uma pacĆ­fica aventura, seguramente um dos locais que estĆ” no meu top 3. Adorei cada detalhe desta mansĆ£o, mas confesso que a minha divisĆ£o favorita Ć© a grandiosa biblioteca com livros antiguĆ­ssimos que sĆ£o autĆŖnticos tesouros e que, seguramente, irĆ£o criar uma sensaĆ§Ć£o de inveja saudĆ”vel por parte dos leitores mais aguerridos pela leitura.
Ficam as memĆ³rias fotogrĆ”ficas desta linda mansĆ£o da era monĆ”rquica e aguarda-se agora pela esperada renovaĆ§Ć£o para devolver a esta propriedade o destaque grandioso que a mesma carece.






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