O Palácio Ribeira Grande






   Palácio dos Condes da Ribeira Grande. É este o nome completo do incrível lugar que vos trago hoje, um lindo palácio que foi mandado construir por D. Francisco Luís Baltasar da Gama, Marquês de Nisa, em meados do início do século XVIII.
   Um imponente edifício localizado numa das ruas mais movimentadas da cidade de Lisboa, impossível de passar despercebido a quem passa por ele pois apresenta um valor arquitectónico que até mete dó ver ali ao abandono e em plena decadência, já para não falar na grande dimensão que o mesmo apresenta. Trata-se de um imóvel tão imponente que o mesmo sofreu pouquíssimos danos aquando da trágica tragédia natural que abalou Lisboa em 1755, o tão famoso Terramoto.
   Mais tarde este palácio passou para a posse dos Marqueses e Condes da Ribeira Grande, onde neste mesmo lugar nasceu o primeiro e único filho do Marquês da Ribeira Grande, falamos de D. João Gonçalves Zarco da Câmara, um reconhecido engenheiro, poeta e dramaturgo. De destacar também o facto que, esse mesmo senhor foi o primeiro português a ser nomeado para Prémio Nobel da Literatura, em 1901.
   Ao longo do século XX, este espectacular edifício passou a funcionar, sobretudo, como instituição de ensino. Em 1920 começou por ser ocupado pelo Colégio Arriaga, já em 1930 pelo Colégio Novo de Portugal. Posteriormente, em 1939 deu aqui lugar ao Liceu D. João de Castro, mais tarde conhecido como Liceu Rainha Dona Amélia. Como tal, este palácio sofreu algumas alterações para albergar estas instituições de ensino e proporcionar condições adequadas para a práctica do mesmo, mas os grandes traços mais primitivos foram preservados, nomeadamente na fachada monumental, nos jardins e também na Capela de Nossa Senhora do Carmo que está presente no interior deste lindo paraíso arquitectónico, capela essa que contém um espectacular rétabulo-mor da autoria de Máximo Paulino dos Reis.
   Este local esteve bastante tempo ao abandono e entregue à mão alheia do vandalismo, algo dificil de explicar perante um edificio com esta dimensão, quer em tamanho como em valor arquitectónico.
   Conheço alguns fotógrafos que passaram por uma missão bastante espinhosa para conseguirem entrar neste local para o conseguirem fotografar, de facto não era nada fácil o acesso ao mesmo, eu já o tinha na minha lista a fotografar à imenso tempo e fui sempre adiando, pelo que parece adiei até ao dia perfeito para levar a avante a minha missão.
    Em pleno final de manhã de um dia de semana lá me dirigi a este local e tamanha foi a minha surpresa quando vi o portão das traseiras do palácio aberto, obviamente entrei sem olhar a receios, senti que estavam a efectuar já trabalhos de construção civil no terreno do edifício mas consegui entrar sem que ninguém me visse.
 Comecei rapidamente a fotografar, foi só "sacar" a minha fiel companheira Nikon da mochila e começar a "clickar", depressa cheguei à zona da escadaria do palácio, um dos ex-líbris fotográficos deste lugar.
Queria encontrar a zona da Capela de Nossa Senhora do Carmo, sem dúvidas o ponto alto deste imóvel, mas não estava muito fácil devido à grande dimensão que este palácio apresenta, até que num dos corredores dei de caras com o engenheiro responsável pelo novo projecto para este local, desde já destaco a amabilidade do senhor que prontamente me indicou onde se localizava a zona que eu procurava e me deu autorização de acesso ao local, bem como permissão para fotografar. Sendo assim, aproveitei ao máximo a minha visita e "perdi" bastante tempo por todo o palácio de forma a poder fotografá-lo o melhor possível e imaginar os tempos áureos deste lindo local.
   No final da minha visita, em pé de conversa com o senhor engenheiro, o mesmo me relatou que aqui vai nascer um hotel museu de 5 estrelas, obviamente mantendo os traços primitivos arquitectónicos e de destaque do palácio, uma obra que a Câmara Municipal de Lisboa já discutia à cerca de 1 ano atrás.
   Devo dizer que adorei a minha visita a este lugar mais do que alguma vez imaginaria, foi tamanha a minha surpresa ao conseguir um acesso tão fácil ao palácio, muito graças à amabilidade do senhor engenheiro que me concedeu autorização para aparecer ali no local e fotografá-lo sempre que eu quisesse, sem dúvidas que foi um final de manhã deveras produtivo para mim, em todos os aspectos.
   Não recomendo a visita ao local, pois o acesso ao mesmo é extremamente proibido e já iniciaram trabalhos no seu interior.






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