A Fábrica de Rações 🏚










   Por esse país fora, o que temos em abundância nesta vertente do mundo do abandono, são fábricas que faliram e consequentemente fecharam portas. Uma triste realidade, pois estamos a falar de imensos postos de trabalho que foram perdidos nas mais diversas áreas. Hoje trago aqui para o blog um belo exemplo disso, uma fábrica que se dedicava a produzir rações para pecuária que foi apanhada por esta teia do abandono, e que representa mais um exemplo da grande decadência industrial que a zona onde a mesma está inserida sofreu ao longo de muitos anos.
  Inserida no grupo CUF Rações, diz-se que esta fábrica começou a laborar com cerca de 60 trabalhadores, chegando mesmo a quadriplicar esses efectivos nos seus anos áureos, um exemplo da força que predominava neste verdadeiro império industrial presente na localidade e que maioritariamente pertencia ao grupo CUF.
Descobri também que à uns anos atrás houve uma explosão de grandes dimensões numa das torres desta mesma fábrica, onde felizmente não causou feridos de forma directa, mas deixou toda a zona em seu redor em alerta, devido à poluição no ar que causou. E desde aí, parece que foi o inicio do fim para esta fábrica em específico, se bem que o ano do seu total abandono é recente, foi em meados de 2015 que esta unidade fabril fechou portas. Fábrica fechada mas permaneceu a empresa de vigilância da mesma e algumas visitas de funcionários do sector administrativo que ocasionalmente frequentavam as instalações para acederem aos arquivos que ali ficaram nesta unidade.
   Em meados do ano de 2018, e em passagem pela zona, comecei a reparar que ali já não se encontrava ninguém referente à empresa de vigilância do local, e mais certeza tive quando, passados uns dias, uma pessoa amiga me relatou que o espaço foi alvo de um incêndio por parte de um grupo de jovens vândulos. Obviamente tomei a decisão de me deslocar ao local a fim de conseguir explorar cada canto desta grande fábrica, e já com a certeza de que a unidade se encontrara totalmente em estado de abandono.
Assim foi, desloquei-me ao local e apesar da acrescida dificuldade em aceder ao complexo desta fábrica, consegui e valeu a pena. Ainda se sentia um intenso cheiro a queimado na zona onde o pequeno incêndio ocorreu, precisamento no sector administrativo da fábrica, onde queimaram uma parte do vastíssimo arquivo que aqui encontrei. De referir que, em especial nas duas torres desta unidade fabril, é super perigoso caminhar por lá, pois muitos corredores são escuros e com buracos no chão, onde o precipício não tem fim à vista sequer, para não falar de certas divisões onde o chão está prestes a ruir, sem dúvida que foi um dos locais mais perigosos que visitei até hoje.
   Em suma, acabei por gostar de explorar esta fábrica apesar dos vários perigos existentes, onde acabei por ver as duas torres e o pequeno edíficio relativo aos escritórios da administração da empresa que aqui laborou durante anos a fio.





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