A Mansão do Feitor 🏚



  Hoje é dia de publicar aqui um dos locais mais impressionantes que já visitei até hoje, quer pela sua grandeza, como a presença ainda de praticamente todo o recheio da habitação, objectos, mobílias e registos antiquíssimos que complementaram uma exploração bastante produtiva.
  Este sítio já estava na minha lista há imenso tempo e, finalmente, arranjei tempo para passar um fim de semana na zona quase totalmente dedicado a explorar abandonados, na companhia de uma pessoa amiga que também é uma confessa amante do passatempo.
  Assim que entrámos, reparei que iria passar muito tempo neste local por ser bastante grande e, como é óbvio, as possibilidades fotográficas são múltiplas. Entrámos por uma janela aberta que dá acesso à cozinha e logo nos deparámos com um grandioso candelabro ao centro da divisão que denunciava a espectacularidade de tudo o resto que iríamos ver no interior desta mansão.
  Passando divisão por divisão, era uma autêntica sensação de viagem atrás no tempo por todos os detalhes antiguíssimos ali presentes e todas as memórias da numerosa família que habitou nesta casa. A presença de figuras alusivas à religião católica fazia-se sentir praticamente em todas as partes da casa, o que não surpreende, pois é praticamente um marco deste tipo de casas senhoriais daquela época.
Numa sala, imediatamente ao lado da cozinha, destaco também um elegante piano e bastantes fotografias de gerações e gerações da família.
  Esta exploração já foi há alguns meses atrás mas lembro-me da dificuldade e do perigo que foi aceder ao piso superior, pois parte do varandim exterior cedeu e tive que passar com muito cuidado ali para conseguir fotografar o que restava desta mansão, um esforço que acabou por valer muito a pena, pois no piso superior ainda é possível encontrar divisões igualmente incríveis.
Outra surpresa desta habitação, foi a impressionante presença de morcegos no corredor principal, eram tantos que até acabaram por nos intimidar e atrasar um pouco o nosso tempo que estava mesmo contado. Contabilizei cerca de 13 morcegos mas seguramente que eram mais, andavam a voar dispersos por toda a mansão e, obviamente, incomodados com a nossa presença.
  No que toca à história desta grande mansão, curiosamente, descobri muito pouco. Apenas que os primitivos proprietários (Jerónimo Rodrigues e Joana Augusta), construíram um vasto império que se dedicava aos sectores da agricultura e da agro-pecuária. Esta grande mansão era a sua casa principal de um numeroso património que detinham, juntamente com o enorme terreno que a mesma dispõe.
Descobri também as identidades de 4 filhos desse casal, Ludovina Rosa que trabalhava como doméstica, João Madeira que era oficial de carpintaria, Anastácio Rodrigues que era carpinteiro e também aprendiz de João nesse mesmo ofício. Por último, Duarte Carlos que ficou como gestor dos negócios que os seus pais construíram, ou como encontrei nos registos escritos, era o feitor desse vasto império deixado.
Curiosamente, apesar da grandeza de toda esta propriedade, apenas consegui descobrir esses dados que, pelo menos, já dá para ficar com uma ideia do estilo de vida desta família abastada.
Fico na incerteza no que toca ao número exacto de herdeiros, pois devem ser bastantes e, consegui descobrir que ainda existem pessoas com ligação a esta família a seguirem exactamente o mesmo ramo empresarial.
  Espero que seja do vosso agrado esta publicação. Certamente, como referi no início do post, um dos locais mais incríveis que tive oportunidade de fotografar e, seguramente, uma aventura dificil de esquecer.



Comentários

  1. Maravilhoso.Tenho sono e nao consigo parar de olhar seu lindo trabalho.😂😂😂😂😂😂

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