A Velha Mansão 🏚

 O acesso a este tipo de locais nem sempre é o mais fácil. Neste caso, trata-se de um casarão bem no centro de uma aldeia com bastante movimento e nem sempre é fácil compreender por parte das pessoas, nomeadamente dos locais, que nos deslocamos a estes sítios para os documentar em fotografia.  
A minha sorte é que esta aldeia fica localizada num ponto de passagem bastante frequente e conhecido e, num dia também ele dedicado a explorar locais abandonados, decidi parar junto deste sítio e tentar a minha sorte que acabou por ser bastante positiva, pois consegui aceder ao local pretendido sem qualquer problema.
Sem dúvida a casa abandonada com maior extensão que já explorei até hoje, com aproximadamente 25 divisões e ainda um vasto terreno que era usado na produção vinícola.
 De facto, toda essa grandiosidade era complementada com a grandeza do espólio que por lá ainda encontrei e que denunciavam obviamente o alto grau de nobreza da família que por aqui habitou.
 O proprietário desta antiga mansão emigrou, ainda na sua adolescência, para o Brasil onde começou por ser empregado numa casa comercial até que se tornou o dono da mesma após poucos anos. Tomou conta também de uma grande companhia no Brasil que se encontrava em liquidação e que, sob o seu comando, prosperou e foi responsável por grandes melhorias nas acessibilidades e nos transportes de algumas cidades brasileiras. Fundou ainda uma instituição bancária e financiou ainda algumas obras importantes para a população, como um sanatório e outras instalações hospitalares.
 Toda essa prosperidade não passou em falso ao rei D. Carlos I de Portugal que lhe atribuiu um título nobiliárquico, sem dúvida uma menção honrosa mais que meritória por todo o sucesso alcançado e pela prosperidade que deixou pelas obras por ele financiadas.
 Foi esta a informação essencial que consegui descobrir, não revelo a identificação do proprietário para não dar pistas da localização desta casa e também dado esse que é meramente irrelevante.
 A minha exploração nesta grandiosa casa decorreu sem qualquer sobressalto. Fiquei encantado com o enorme espelho presente naquilo que seria o antigo salão nobre que era complementado com uma pequena mesa e cadeiras do mesmo nobre estilo decorativo. De realçar também um lindíssimo carrinho de bebé prestes a partir-se ao meio de tão velho e abandonado que se encontra, o mesmo que escolhi para figurar como "foto de cartaz" desta publicação. 
Esta foi, sem dúvida, uma das minhas predilectas explorações, numa antiga mansão ainda incrivelmente bela e com pormenores únicos que testemunharam a grandeza de outros tempos e que, actualmente, são assombrados por um ensurdecedor silêncio e pelo ruído de fundo dos morcegos que por aqui habitam.