A Casa do Mensageiro 📩

 




  Uma casinha de campo num meio isolado onde o ar que se respira é o mais puro possível, onde predomina o ruído de fundo dos pássaros e de um pequeno ribeiro que corre mesmo ao lado desta casa. 
Certamente seria a habitação de sonho para aqueles que vivem na diária azáfama citadina e, como sou um aficionado pela Natureza e pela paz que a mesma me proporciona, eu mesmo não me importava nada de viver num recanto tão pacífico como este.
  Numa manhã de Sábado dediquei-me a explorar alguns locais abandonados na zona e já tinha este sítio assinalado no mapa há vários meses. Provavelmente por inércia própria, também aliada à falta de disponibilidade, que ainda não tinha passado por aqui para verificar do que se tratara em concreto. 
Já sabia de antemão que se tratava de uma casa humilde com alguns detalhes interessantes no seu interior e isso veio-se a confirmar assim que entrei na casa. 
Ao entrar, rapidamente me apercebi de que este local já sofreu vários saques, pois muitas das divisões estavam praticamente reviradas, assim como as portas todas partidas, uma triste realidade que assola também estes locais, pois apesar da sua localização super isolada, nem assim se safou das visitas do alheio que levaram tudo aquilo que teria algum valor monetário.
Apercebi-me também da fase terminal em que o soalho da casa estava e, mais uma vez, arrisquei a minha sorte em algumas divisões da casa mas a verdade é que o trabalho fotográfico tinha que ser feito e assim foi sem qualquer tipo de sobressalto.
  Lamentavelmente, em relação a quem aqui viveu não consegui descobrir nada em concreto, pois a existência de registos era quase nula e apenas consegui desvendar, atendendo a duas cartas que li, que uma senhora que viveu aqui sofria de algumas complicações de saúde e teria que tomar vários medicamentos.
  Adoro também este tipo de casas, onde a simplicidade parecia reinar por aqui. O jogo de cores do interior da habitação chamou-me muito à atenção e, de facto, é algo muito característico desta casa, com as portadas e portas em azul claro e as paredes em tons rosa. Duas divisões da casa, uma sala de estar com uma mesa ao centro a acompanhar com a antiga televisão ao canto e a divisão seguinte também com uma mesa ao centro e alguns registos escritos presentes nela, estavam propositadamente "montados" para o cenário fotográfico, muito provavelmente previamente trabalhado por exploradores que por aqui passaram antes, uma atitude que me poupou a esse trabalho.
  Em suma, foi uma exploração extremamente agradável e rentável a nível de fotografias. Uma típica casinha de campo que serviu de habitação a uma família humilde e também pequena, que segundo também consegui apurar nos poucos registos existentes, viviam da própria produção vinícola.
  Destaco também, sem dúvida, o excelente contacto com a Mãe Natureza que este local me proporcionou e por isso mesmo estive largos minutos a apreciar a atmosfera no exterior da casa que fez com que pudesse "recarregar baterias" e sentir gratidão pela pureza do momento vivido.





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