Rotas Abandonadas




   Encontra-se um pouco de tudo por esse país fora que esteja esquecido, mas hoje trago um assunto já bastante badalado por estes anos fora.
   Algo que infelizmente se verifica em Portugal são as gestões que os anteriores governos fizeram e o actual ainda faz, sempre com o mesmo intuito, desertificar o interior do país. Será mera coincidência ano após ano verificarmos sempre a mesma tendência? Sinceramente acho que os conflitos de interesses entre o governo e as respectivas autarquias são mais importantes do que realmente o bem estar das suas populações. Mas felizmente estamos a verificar uma leve melhoria ao que a esse tema da centralização diz respeito, muito por força de alguns autarcas mais audazes e ao investimento de privados.
   135 quilómetros de extensão de linha férrea, hoje apenas 16 estão em funcionamento, esses 16 servem uma pequena cidade do interior onde se efectua um serviço de metro à superfície.
Este trajecto proporciona uma das melhores visões que este Portugal nos pode oferecer, uma visão fantástica sobre um Vale único no mundo que inúmeros passageiros acolheu ao longo dos anos. Percurso na sua grande maioria montanhoso e sob uma altitude bastante considerável, acredito que hoje em dia uma boa parte de pessoas da nossa geração iria suportar uma viagem completa nesse troço com alguma dificuldade, pois para serem percorridos esses 135 quilómetros de caminho, levava-se aproximadamente 3 horas de caminho. Mas mais do que esse trajecto longo e aborrecido para quem o completasse do inicio ao fim, são as pequenas povoações que ficaram isoladas de um momento para o outro, naquela zona os transportes não abundam como nos arredores das grandes cidades e depois desse encerramento isso ainda só veio agravar mais a situação sobre uma população na sua grande maioria envelhecida.
   O primeiro troço desta linha foi inaugurado em 1887, tendo sida concluída por completo em meados do ano de 1906.
O encerramento deste troço ferroviário aconteceu em 1995, mantendo apartir desse mesmo ano apenas o funcionamento do troço de 16 quilómetros para o metro de superfície. Felizmente os carris não foram retirados, como aconteceu noutros troços abandonados do género, e agora já está prevista uma reabertura de um troço de 30 quilómetros que faça a ligação entre a zona ribeirinha da região até a uma zona mais interior conectando também com um serviço de transporte fluvial. Em relação ao material circulante desse antigo trajecto, algum foi vendido e outros estão infelizmente acessíveis a qualquer pessoa, estamos a falar de locomotivas que datam do ano de 1930, ali à mercê do vandalismo.







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